O Tratamento - Voltar à Criança

Já bem melhor, dando muitos passos em várias direções, ia dia a dia me reconhecendo e sabendo que havia muito em mim para ser resgatado, mas sabendo que todas essas coisas me levariam a ser alguém melhor.  De alguma forma tudo, mesmo que não tão prazeroso, contribuía pra meu melhor.

Nessa altura, não podia nem sonhar em ter alguém, uma namorada, companheira. Ainda me sentia culpado por todos os fracassos, afinal "eu não tinha dado certo".
Para mim aquilo era página virada, daquele momento em diante nada mais de romances, namoros, casamento, pior ainda. Declarei-me "incompetente" e ponto!
Foi um momento muito difícil, um cara romântico, que sempre amou se apaixonar, já tinha muitos textos sobre amor, poemas, pensamentos, publicados em blogs e até em livro. Uma pessoa que respondia sobre relacionamentos em site, enfim, bem difícil, porém era o momento.

Tinha acabado de me encarar, olhar meus erros e assumi-los, de verdade. Só é de verdade quando sentimos a dor do erro, eu pude sentir.
O próximo passo era, okay, errei, mas por quê? Onde isso começou?

A chave do meu tratamento, nessa fase. 
Durante um tempo da minha vida tive uns sonhos recorrentes, me via criança abrindo um alçapão para eu mesmo, eu me via de baixo olhando para mim de cima e eu era criança. Contei esse sonho para minha terapeuta. Quando contei me dei conta que tinha que voltar a criança que fui, e ao que as pessoas falavam da criança que eu fui.
Escrevendo agora, me vem um sorriso no canto dos lábios e uma lembrança linda, pueril!
Sim andei no tempo, visitei minha juventude, o inicio dos namoros e resgatei essa criança, um menino que era doce e simples, que fazia os próprios brinquedos e brincadeiras, algo tão comum, que imagino que agora você também esteja viajando nessas lembranças suas.

Minha valiosa quinta descoberta - Revisitar a criança em você. Essa não foi grande, mas valiosa, pois foi a chave do tratamento e a primeira que fiz eu comigo mesmo e dessa vez com o suporte da terapia e da espiritualidade. As anteriores fui levado a elas.

Vários insights  (um termo em inglês muito usado no psicologuês, que quer dizer compreensão súbita de alguma coisa ou determinada situação, intuição, epifania, ou como prefiro, ver com os olhos da alma) me fizeram chegar nesse estágio do tratamento, e esse era o momento que voltava a andar, emocionalmente, sozinho.  Sem remédios, sem a terapia e sem a espiritualidade. Expressando-me melhor, nesse momento conseguia ter autonomia, e recorria a mente e ao espirito daquilo que já estava internalizado em mim.

As figuras externas continuavam a me dar suporte, mas já não dependia delas, eramos íntimos.
E essa é a próxima chave: Intimidade.

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