Relacionando com a Vida

Dessa experiência transcendental em diante passei a ver o mundo de outra forma, mesmo sabendo que assim como não existe ex-alcoólatra, existe o alcoólatra que deixou de beber, não existe ex depressivo, é uma marca, sou um depressivo que conhece essa doença e a qualquer possibilidade de voltar ao começo dessa história me junto novamente e não esmoreço.

Conheço esse lugar e não quero mais voltar!

Bem recentemente um colega de profissão soltou num grupinho em tom de fofoca: "Esse daí já teve depressão e logo vai tomar um pé na bunda e ficar mais depressivo ainda. Confesso que ao ouvir essa história e mesmo não dando bola para fofocas, entristeci, não pelo dito, pois hoje sei bem quem sou e como me tornei no que sou, nem melhor, nem pior, mas melhor para eu mesmo e para as pessoas que convivem comigo, mas pela hostilidade gratuita das pessoas, pela maldade, mas ainda pior, pelas pessoas que vivem sonhando o sonho dos outros.

Não é a depressão que mata, que gera o suicida, mas é a falta de perspectiva, de amor dos outros e o próprio. É a incapacidade de ver a chance que nos está sendo dada em começar de novo, de um jeito melhor.

O que aconteceu depois da sexta feira santa de 2013?

Bem, assim como a páscoa cristã, renasci. Completei o plano daquele relacionamento em 2016.
Aprendi que para se relacionar é preciso muita dedicação, paciência, comprometimento, tolerância, limites, e uma grande dose de amizade, intimidade. É a vontade de estar juntos, de seguir juntos.
Tudo isso leva tempo, não se constrói do dia para a noite.

A paixão é só faísca, o amor o que permeia, mas o que nos faz sermos bem sucedidos é a verdade.

O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua.
Octavio Paz



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